SÉTIMA LEGIÂO





Em 1982, três amigos resolvem formar uma banda. Eram eles: Rodrigo Leão (Baixo), Pedro Oliveira (Voz e Guitarra) e Nuno Cruz (Bateria). Começam a ensaiar e decidem chamar-se Sétima Legião (que era o nome da Legião romana que veio à Lusitânia). Nesta altura a música da banda era muito influenciada pelos sons que vinham de Manchester, nomeadamente Echo & The Bunnymen e Joy Division. Concorrem à Grande Noite do Rock onde ficam em segundo lugar. Susana Lopes (Violoncelo) e Paulo Marinho (Gaita de Foles) juntam-se ao colectivo, ao mesmo tempo que Francisco Menezes começa a escrever letras para as canções. A banda chega a actuar com todos os elementos envergando gabardinas, como era usual nas bandas de Rock inglês, praticantes do som de Manchester.


A Fundação Atlântica (editora discográfica de Pedro Ayres Magalhães, Ricardo Camacho e Miguel Esteves Cardoso) contrata a banda, em 1983, ano em que gravam o single "Glória" com letra de Miguel Esteves Cardoso. Este disco recebe grandes elogios da crítica, mas não obtém grandes favores da rádio e passa quase despercebido. Susana Lopes abandona o projecto, ao mesmo tempo que entram em estúdio para gravar o novo disco: um LP que sairá em Julho de 1984 e se intitulará "A Um Deus Desconhecido", considerado ainda hoje um marco da nova música portuguesa. Como a Fundação Atlântica fechou, a EMI, que fazia a distribuição das suas edições, contrata a banda para o seu próprio catálogo. Ricardo Camacho (futuro produtor de muitos discos e médico de profissão) junta-se à banda, ficando encarregado dos instrumentos de teclados, ao mesmo tempo que Rodrigo Leão começa a ensaiar com Pedro Ayres num novo projecto que ficaria conhecido como Madredeus.

O novo disco da banda só sairia em 1987 e intitulava-se "Mar D’Outubro". Continha os temas "Sete Mares", "Reconquista" e "Além-Tejo". Este disco torna-se um grande sucesso, atingido o galardão de Disco de Prata e sendo o grande trampolim para a ribalta. À custa deste disco, a banda conseguiu fazer muitos concertos. O colectivo já contava com novos elementos quando o disco foi gravado: Gabriel Gomes (Acordeão) e Paulo Abelho (Percussões). Em Novembro de 1989 é editado um novo LP da banda "De Um Tempo Ausente" que conta com vários convidados, entre os quais Flak, Francis (ex-Xutos e Pontapés), Luís Represas, Pedro Ayres e Teresa Salgueiro. Contendo os temas "Por Quem Não Esqueci" e "Porto Santo", este disco é, outra vez, um sucesso de vendas e de crítica.

Apenas em 1992, a banda regressa às edições com o novo disco "O Fogo" que já não é muito bem recebido pela crítica e não obtém o desejado sucesso comercial. Em 1993 actuam no Mega-Concerto "Portugal Ao Vivo" no Estádio de Alvalade, onde gravam a quase totalidade do disco ao vivo "Auto de Fé" que será editado em 1994, contando com a participação especial dos Gaiteiros de Lisboa (de que Paulo Marinho era, também, um dos fundadores). Rodrigo Leão afasta-se da banda, por não poder continuar nos Madredeus e nos Sétima Legião . Em Julho de 1996, o baixista Lúcio Vieira entra para a banda, substituindo Rodrigo Leão, nos espectáculos ao vivo. Em 1999, após se pensar que a banda tinha terminado, é editado o CD "Sexto Sentido", um disco muito diferente dos anteriores, onde a electrónica é dominante e os "samplers" de temas recolhidos por Michel Giacometti e Ernesto Veiga de Oliveira têm um destaque até aí nunca lhes dado por uma banda Pop em Portugal. Este disco, apesar das boas críticas, revela-se um verdadeiro "flop" comercial.

Em 2000 é editado "A História da Sétima Legião", um disco que faz a retrospectiva da banda e contém ainda dois temas inéditos ("A Luz" e "A Promessa"). Em 2003 é lançada uma compilação dedicada aos intrumentais dos Sétima Legião. A compilação inclui os inéditos "Sétima Volta", "Ilha Perdida" e "Silêncio da Terra" e uma remistura de "Ascenção".

Fuente: Música Portuguesa - Anos 80

Fuente fotográfica: Blitz